Greenwashing: o que é e como se prevenir dele

o que é greenwashing?

A agenda ESG, sigla em inglês para Ambiental, Social e de Governança, está cada vez mais se incorporando ao mercado. De acordo com estudo da consultoria PwC, divulgado em outubro de 2021, 79% dos investidores entrevistados alegam que as práticas ESG afetam as tomadas de decisão de suas aplicações.

A partir do momento que essa nova dinâmica econômica começa a ganhar força, que essa nova mentalidade começa a atrair os investidores, muitas empresas querem “surfar na onda” e acabam praticando o greenwashing.

Greenwashing diz respeito a estratégias de propaganda ilusórias sobre políticas ambientais e de bem-estar social dentro de uma empresa, ou seja, essas instituições simulam que estão alinhadas com a agenda de boas práticas e sustentabilidade, ESG.

Mas o que é greenwashing?

Essa expressão em português significa “lavagem verde”, “maquiagem verde”. Essa prática consiste em falsos discursos, divulgações, campanhas sobre políticas ambientais e ecológicas de empresas ou indústrias, do setor privado ou público, ONGs etc. 

Apesar do termo ser novo e desconhecido para muitas pessoas, na década de 1990, com a publicação do livro Greenpeace  Book of Greenwash o termo começou a se popularizar. Segundo a publicação, greenwashing é o “ato de enganar consumidores quanto às práticas ambientais de uma companhia ou quanto aos benefícios ambientais de um produto ou serviço”.

Em suma, o greenwashing nada mais é do que tentar criar uma imagem de empresa sustentável, preocupada com o meio ambiente, com o social, quando, na verdade, essas instituições não fazem tudo que dizem fazer. Todas essas ações são publicitárias, na prática as atitudes são muito diferentes que na teoria. 

A partir do momento que as pessoas e o mercado estão começando a tomar consciência da importância dessa nova mentalidade, algumas empresas simulam que estão se adequando à nova dinâmica para receber reconhecimento popular e financeiro.

Os números preocupantes do greenwashing

A pesquisa realizada pela Harris Poll para o Google Cloud, mostrou dados interessantes sobre essa prática nociva:

  • 58% dos CEOs afirmaram que suas empresas praticam o greenwashing 
  • 66% questionam se os esforços de sustentabilidade são verdadeiros dentro das suas empresas
  • 36% disseram que suas companhias fazem o acompanhamento do processo, porém 17% disseram usar os dados gerados para implementar estratégias e reduzir seu impacto climático

Apesar do número elevado de empresas que praticam o greenwashing, dos líderes não saberem como implementar ações sustentáveis e se os esforços da empresa são realmente genuínos, o cenário final é positivo.

  • 93% disseram que estão abertos a relacionar remuneração com metas ESG ou que já fazem isso
  • 80% dariam uma nota maior que a média em sustentabilidade ambiental para suas empresas
  • 86% acreditam que seus esforços estão fazendo a diferença no avanço da sustentabilidade
  • 74% dos líderes disseram que sustentabilidade pode levar a mudanças poderosas nos negócios

Além disso, os participantes citaram tecnologia e sustentabilidade como as duas áreas em que planejam aumentar os investimentos ainda este ano.

Um exemplo de greenwashing

Mais da metade dos líderes de todo o mundo afirmam que suas empresas praticam esse mau hábito. Estar ciente desses números é fundamental para sabermos que muito do que vemos nos rótulos, propagandas, redes sociais não é o que parece ser. Mas existe uma forma de identificar se uma empresa pratica ou não o greenwashing.

Antes, vamos ver um exemplo de greenwashing que ganhou repercussão à época e trouxe um grande impacto para a empresa em questão.

Dieselgate

Em 2015, a Volkswagen foi envolvida em um escândalo de falsificação de resultados de emissões de poluentes em motores a diesel. A empresa criou um software instalado na central eletrônica dos carros que burlava as emissões de poluentes nos veículos quando eram submetidos a vistorias.

Após investigação e descoberta do software, a montadora admitiu que usou um programa de computador para burlar inspeções de 11 milhões de veículos no mundo. Após a explosão do escândalo, o presidente da empresa pediu desculpas e renunciou ao cargo e a companhia fez um recall de 8,5 milhões de unidades e a empresa teve seu primeiro prejuízo em 15 anos.

Como identificar o greenwashing?

Além dos prejuízos financeiros, devemos lembrar que essas práticas trazem danos muito maiores ao meio ambiente e à sociedade. Por isso é tão importante sabermos identificar e evitar o greenwashing. Vamos a algumas dicas para você aprender a reconhecer essa prática!

Conheça as certificações ambientais

As certificações mais utilizadas no Brasil são: FSC (Forest Stewardship Council), IBD (Instituto Biodinâmico), PROCELEcocert e ISO 14021. A presença delas garante que as informações apresentadas são verídicas.

Além disso, é possível verificar nos sites das certificadoras se o nome da empresa está cadastrado. Muitas instituições fraudam esses selos ou utilizam imagens semelhantes a eles para passar a ideia de que têm a certificação.

Não caia em frases vagas

Observe se a comunicação da empresa sobre políticas ambientais é clara. Muitas vezes, frases vagas são utilizadas para passar a ideia de eco-friendly, quando na verdade não significam nada na prática.

Por exemplo, algumas frases comuns são: amigo do ambiente; ecologicamente correto, protegendo a natureza, amigo do planeta, cuidando do ambiente, responsabilidade socioambiental. Elas são somente palavras, não comprovam nada.

Atenção para o que não é mentira, mas não é genuíno

Existem algumas regulamentações para proteção e preservação do meio ambiente em todo mundo. Um discurso muito utilizado que é uma prática clássica de greenwashing  é a ausência de  CFCs (clorofluorcarbonos), essa substância já é proibida desde a década de 1990.

Portanto, essa informação não é mentira, mas não diz nada sobre uma postura genuína de interesse em proteger o meio ambiente, uma vez que é uma exigência legal. Geralmente a ausência do CFC vem indicada com um selo certificador com os dizeres: “protege a camada de ozônio”.

O mercado alinhado com o ESG

Em 2021, os fundos negociados na bolsa de valores focados em ESG atraíram quase US $130 bilhões. Além disso, a emissão de empréstimos e títulos sustentáveis, que destinam valores, supostamente, a projetos ambientais e promoção de práticas sociais, passou de US$ 1,5 trilhão, com aproximadamente US $505 bilhões em vendas de títulos verdes.

Ano passado, o cenário já mostrava o crescimento, investimento e apoio a essa dinâmica positiva. O mercado mundial acumulou US$1 trilhão em patrimônio relacionado ao ESG no segundo semestre de 2020, de acordo com o relatório Melhores Fundos, divulgado pela Exame Research. A expectativa é que, até 2025, o setor movimente US$53 trilhões.

Conseguiu perceber porque várias empresas querem “surfar na onda” e acabam praticando o greenwashing? Sem justificativas! Essa má ação não ajuda em nada, empreses que realmente desejam prosperar ajudam o todo mundo a viver com propósito!

Bônus de boas práticas: Sistema B

O sistema B é um movimento global com o objetivo de usar a força dos negócios para contribuir com os principais desafios no mundo e construir uma economia mais inclusiva e mais sustentável. Esse movimento é uma criação da BLabs, uma organização sem fins lucrativos.

Hoje o selo BCorp tem uma forte apelo de inovação e gestão de alto nível. E quer saber, comprovadamente os resultados das empresas B são acima da média. – Lembre-se de verificar o selo para não cair em um caso de greenwashing. – Uma empresa que busca a certificação B, tem que se comprometer com algumas coisas importantes:

Ela tem que ser boa para os trabalhadores. Um olhar mais generoso e estruturado sobre salários, benefícios, ambiente de trabalho e participação das pessoas no negócio.

Ela tem que ser boa para a comunidade.  Cria empregos, se compromete com a diversidade, encoraja e executa o trabalho voluntário, se envolve nas comunidades locais para fazer a diferença e influencia seus fornecedores a participar.

Ela é boa para o meio ambiente. Utiliza infraestrutura e recursos que reduzam ou zerem o impacto ambiental. Controle suas as emissões, resíduos e programas de recuperação e reciclagem. 

Ela é boa no longo prazo. Ela tem uma missão engajada com causas socioambientais e funcionários alinhados com isso. Aplica uma governança estruturada, distribui bônus sobre indicadores de sustentabilidade e pratica a transparência nas relações e na gestão em todas as etapas dos seus processos. 

Ela é boa para gerar impacto. Ela recupera o meio ambiente. Presta serviço aos necessitados, e fortalece as comunidades.

As empresas B são importantes porque incentivam a colaboração, a inovação e o bem estar. Ajudam as pessoas a viver sua vida com mais satisfação e de forma mais vibrante.  Empresas B aceleram a evolução do capitalismo. Redefinem o que é sucesso nos negócios. É uma forma de gestão que gera resultados e propõem ações práticas e mensuráveis para apoiar as pessoas. Empresas B ajudam a viver com propósito!

Para saber mais sobre o sistema ouça o podcast 081 | Seja B! Seja a mudança!

Os líderes que fazem a mudança

Não dá mais para trabalhar com modelos de gestão que só olhem para dentro e só cuidem de processos. Novos tempos exigem novas posturas, novos líderes e novas formas de lidar com a realidade. Agora é preciso olhar pra fora, com os olhos bem abertos e observar os impactos do negócio. E mais, provocar impactos positivos no entorno. 

Líderes com valores elevados, voltados para a prosperidade, colaboração, sustentabilidade são os que vão puxar essa grande transformação no mundo! Esses líderes não só estão preocupados em neutralizar o impacto ambiental, como também em regenerar o que foi perdido.

Os líderes com essa mentalidade, sentem-se e tem a consciência de que são responsáveis pelo mundo, eles buscam sempre a prosperidade para todos, eles sabem que existe recurso e espaço para o mundo prosperar, não somente ele e a sua empresa. Líderes assim, liderar por ativismo, por propósito, por amor.

O jogo não é mais sobre vencer. Não é mais um jogo. Não é mais sobre emoção, razão ou inteligência. A nova economia será liderada pela consciência.

Michael Oliveira

Vamos cuidar da nossa moradia, da nossa casa, do nosso planeta. Atitudes assim trazem lucros muito além da parte financeira, elas protegem o meio ambiente, a nossa sobrevivência e trazem qualidade de vida em todos os setores!

Agora que você já entendeu o que é Greenwashing, como identificá-lo e prevenir-se, é só fazer aquela coisa que transforma: FA-ZER!

 Ao longo do tempo, eu tenho investido a minha energia e meu tempo para poder formar líderes que tenham essas quatro habilidades aliadas aos melhores valores, e eu mostro isso através de fundamentos e de uma metodologia: Liderança Evolutiva®. 

Se você quer levar essa metodologia e ajudar a sua empresa a evoluir e encontrar resultados acima da média e sustentáveis, você pode levar essa metodologia única e transformadora para o seu negócio! Leve o Líder HD para sua empresa!

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MICHAEL OLIVEIRA

Michael é Líder e Fundador do Instituto Brasileiro de Liderança. Atua em posições estratégicas há 20 anos, é especialista em gestão de negócios e já liderou equipes e empresas nas principais capitais do Brasil, em posições de C-Level.

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