Malacabado!

E aí pessoa? Não é terrível ver pessoas fazendo as coisas de qualquer jeito?

Sempre me pego pensando sobre os quesitos que fazem as pessoas serem diferenciadas profissionalmente. Na verdade quando penso nisso não consigo ver muita distinção entre profissional e pessoal. Gosto de ver a coisa fora das quatro linhas da empresa. Gosto de entender a alma humana. Essa mania de Líder HD… sabe como é…

Então uma das coisas que fazem toda diferença para mim, são as pessoas que tem prazer em fazer as coisas com esmero, com capricho, com profundidade, com dedicação. As pessoas diferenciadas agem assim.

Já reparou, por outro lado, que tem pessoas que fazem as coisas por fazer, fazem de qualquer jeito e não colocam boa vontade na coisa? Eu chamo esse estado de espírito de “malacabado”. Lá no nordeste é assim que chamam o trabalho mal feito, a coisa feia, feita de qualquer jeito ou a coisa por fazer.

Tem gente que vibra nessa frequencia, tem esse tipo de mindset. Fazem por fazer. Não se desafiam, não tem esmero, não tem zelo, não agregam valor.

E sabe aonde isso começa hein? Na escola! Tá bom… em casa também… mas deixa eu seguir minha linha de racioncínio… segura as pontas aí.

Eu tenho a lembrança absolutamente clara (e você deve ter também) de quando havia algum trabalho em grupo na escola ou até mesmo na faculdade (até em MBA já vi isso), e num grupo de cinco, pelo menos três não faziam o mínimo esforço para ajudar em nada. Ali eu já pensava “menos um para competir comigo no mercado”. De certa forma eu estava certo, porque quem faz as coisas malacabas na escola, vai fazer depois da escola. Ter esmero, dedicação, profundidade e se comprometer em entregar mais de si é uma habilidade, tem que ser treinada, repetida, praticada. Quem faz isso aprende a cavar mais… e quando chegar a hora da verdade, não será superficial, terá mais chance de êxito.

Eu acho que a Hora da Verdade se chama presente. Se você está respirando, você está na hora da verdade.

Lembro como se fosse hoje, quando eu estava num grupo de gerentes há 15 anos atrás que teria que apresentar individualmente um projeto rápido, então eu falei que faria uma apresentação no powerpoint (nada de mais nisso…) com alguns gráficos para ilustrar a idéia… Eis que surge uma alma malacabada e me diz “ah.. não faz isso não, vai inflacionar o negócio, aí nós vamos ter que fazer também…”. Então pensei novamente “que sujeitinho médio… menos um para competir comigo”.

Eu estava certo, mas havia um efeito colateral em pensar assim. O problema é que essa mentalidade (malacabada) também faz uma empresa, uma cidade e um país serem malacabados. Estamos cercados de pessoas que fazem trabalho malacabado. Se ser médio é ruim… os malacabados conseguem a façanha de puxar nossa média para baixo.

Com tempo e com experiência aprendi que ser diferenciado não é a experiência completa da vida. Pode ser um negócio um pouco triste, se você vive numa nação de gente medíocre, que se contenta com pouco, que tolera o malfeito, que convive pacientemente com o malacabado, que não faz o seu melhor, que torce para chegar o final de semana e que vê trabalho como uma agonia.

Quando eu era jovem eu estava sendo egoísta em pensar que aquele cara que não estava a fim de estudar “era menos um para competir comigo”. Ao aceitar isso eu estava nivelando por baixo o jogo que eu iria jogar. Não tem graça nenhuma disputar campeonato de várzea. Com todo respeito aos peladeiros. O máximo que você consegue é ser campeão de um campeonato de bairro. A vida tem possibilidades maiores e muitas delas nós ainda vamos inventar. Eu teria feito melhor se tivesse perturbado os malacabados, se tivesse desafiado eles, se tivesse até mesmo brigado com eles para que fizessem mais. Quando a gente cresce e experimenta a maturidade, depois de subir a montanha dos anos da vida e chegar no topo dela (de onde só lhe resta descer), a gente vê com clareza que a vida tem um sentido maior quando a gente faz mais pelo coletivo.

Quando você evolui de verdade, você quer levar mais gente com você.

Se por um lado os malacabados arruinam um trabalho, rebaixam o nível da mediocridade e não contribuem para sermos melhores no coletivo e até como nação, por outro lado há o estado da arte do trabalho. E digo isso com um Conceito HD: Qualquer trabalho, seja ele qual for, quando executado com profundidade, esmero e dedicação se transforma em arte. Um singelo trabalhador, quando põem o coração na coisa, é mais que um trabalhador, é um artista.

Então te dou dois conselhos: Primeiro, não se conforme com coisas e pessoas malacabadas. Segundo, seja o que for que você faça, faça bem feito. Faça por você, mas saiba que ao fazer isso você está dando a sua valorosa contribuição para fazer sua família, sua cidade e seu país melhor.

Saia do Modo Avião e ponha a mão na massa! O mundo agradece.

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MICHAEL OLIVEIRA

Michael é Líder e Fundador do Instituto Brasileiro de Liderança. Atua em posições estratégicas há 20 anos, é especialista em gestão de negócios e já liderou equipes e empresas nas principais capitais do Brasil, em posições de C-Level.

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